PARTÍCULAS DE TÁQUIONS
Há mais de
40 anos, o físico italiano Erasmo Recami e seus colaboradores vêm desenvolvendo
uma teoria para explicar fenômenos superluminais compatíveis com as demais
teorias já bem estabelecidas. De acordo com seus trabalhos, uma teoria sem
paradoxos para táquions pode ser formulada e testada. Recentemente, a possível
existência de fenômenos superluminais ganhou força pelos resultados de
importantes experimentos que corroboram sua teoria.Nada chega
mais perto de quebrar as leis da relatividade que um táquion. É uma partícula
que se move mais rápido que a luz, e se ela existir, isto significaria que a
barreira da velocidade da luz não é mais uma barreira, mas um ponto central. Da
mesma forma que partículas normais podem se mover com velocidade infinitamente
baixa, um táquion poderia se mover a velocidades infinitamente rápidas.E,
bizarramente, o relacionamento com a velocidade da luz seria espelhado. Quando
uma partícula normal acelera, sua energia aumenta. Para quebrar a barreira da
velocidade da luz, ela precisaria de energia infinita. Para um táquion, quanto
mais lento ele viaja, mais energia precisa. À medida que fica vagaroso e se
aproxima da velocidade da luz pelo outro lado, ele vai precisando cada vez de
mais energia. E quando ele acelera, precisa de cada vez menos energia, até que
não precise de energia nenhuma para viajar a velocidade infinita.Se os
táquions realmente existirem, eles estarão presos para sempre do lado oposto da
barreira que nós também não podemos ultrapassar. Uma pena, porque teoricamente
os táquions poderiam ser usados para enviar mensagens para o passado.Desde tempos
remotos, a imaginação dos físicos é atraída pela possível existência de
partículas que viajam no vácuo com velocidades superiores a da luz. De acordo
com nosso conhecimento, Lucrécio (aproximadamente 50 a.C.) foi o primeiro a se
referir, em De Rerum Natura, a objetos que iam mais rápido e mais longe, e
percorriam mais espaço no mesmo tempo, que os raios de sol quando estes
atravessavam os céus. Ao longo dos séculos houve muita especulação sobre esta
ideia, sugerida – entre outros – por J. J. Thomson (1889), O. Heaviside (1892)
e, especialmente, pelo grande A. Sommerfeld (1904 e 1905). Enquanto isso, por
razões que serão discutidas a seguir, o advento da teoria da relatividade
especial, formulada por Albert Einstein, em 1905, difundiu a crença de que a
velocidade da luz no vácuo é o limite superior de todas as velocidades no
universo. Em 1917, R. C. Tolman considerou ter demonstrado que a existência de
partículas mais rápidas que a luz levaria a um paradoxo: a possibilidade de
transmitir informações para o passado ou o “anti-telefone”.Tais
convicções inibiram durante várias décadas as iniciativas de pesquisa sobre
velocidades superluminais. Além de um trabalho isolado do matemático italiano
Somigliana, os primeiros estudos, no século passado, que reformularam a questão
foram contribuições do francês H. Arzeliès (1955 e 1958), do alemão H. Schmidt
(1958), do japonês S. Tanaka (1960), do soviético Y. P. Terletsky (1960) e,
principalmente, do indiano E. C. George Sudarshan e seus colaboradores (1962).
O caminho aberto por este último foi seguido por muitos pesquisadores, entre os
quais se destacam Jones e Feinberg, nos Estados Unidos, e o autor deste artigo
e seus colaboradores, na Europa. Entre 1963 e 1966, no Instituto Nobel, Alväger
conduziu as primeiras investigações experimentais destinadas a detectar
partículas superluminais, batizadas por Feinberg de táquions (do grego taxús – ταχùς – breve, rápido).
Chamamos de lúxons (do latim lux) as partículas que viajam com velocidades exatamente iguais a da luz, como
os fótons, e por último usamos o termo brádions (do grego bradús – βραδùς – lento) para designar objetos subluminais.
Recentemente,
vários resultados experimentais parecem sugerir a possível existência de
objetos que viajam a uma velocidade maior do que c, a velocidade da luz no
vácuo. Enumeraremos alguns no final do artigo, mas mencionaremos apenas um
neste momento. Considere uma onda eletromagnética, por exemplo, uma de rádio
que viaje ao longo de uma guia metálica de ondas, como uma antena de um
receptor; as leis da física estabelecem que, se a seção transversal da guia é
feita muito estreita, a onda não pode avançar. A teoria matemática que se
refere a esta situação postula que a onda continuará, mas com energia ou
impulso imaginários, ou seja, em forma de onda evanescentes. Há muito tempo,
suspeitava-se que as ondas evanescentes possuíssem velocidade de grupo que
excede a c, fato que foi verificado em Colônia por Nimtz e seus colaboradores
(1992), e confirmado pouco tempo depois, utilizando-se diferentes condições
experimentais, por Chiao, Kwiat, Steinberg, da Universidade da Califórnia, em
Berkeley, que divulgaram o resultado na Scientific American de agosto de 1993.
No mesmo ano, Ranfagni e colaboradores também encontraram, num experimento
realizado em Florença, que as ondas evanescentes viajam a velocidades
superiores a c.No século XIX, algumas pessoas acreditavam que nunca seria possível viajar mais rápido que o som, acima de 331 metros por segundo, ou 1192 quilômetros por hora. Até que em 1947 o piloto americano Charles Yeager quebrou essa barreira a bordo do avião foguete Bell XS-1. Essa história é às vezes usada para se argumentar que não existem limites à velocidade: com tecnologia adequada qualquer tipo de barreira cairia. A velocidade da luz, no entanto, constitui um limite físico inexpugnável. Deslocando-se no vácuo a 299 000 quilômetros por segundo, a luz não é apenas muitíssimo mais rápida que o som. Na verdade, ela não pode ser superada, por principio, não importa o quanto se aperfeiçoem as tecnologias. Em vista disso, o que significa dizer que algo é mais veloz que a luz? A resposta é um mundo de paradoxos, no qual o próprio sentido do tempo pode se inverter – a ponto de uma pessoa poder conversar consigo mesma no passado. Para isso, ela teria que enviar suas mensagens por meio de certas partículas hipotéticas, os táquions (termo grego que quer dizer ‘rápido’). É o que relata o professor e divulgador cientifico inglês Paul DaviesA idéia de que existe uma barreira ao deslocamento dos coros nasceu com a Teoria da Relatividade de Einsten, publicada em 1905. Seu principio central pode ser compreendido a partir de uma experiência real que analisa pulsos de rádio (tanto o rádio quanto a luz são formas de ondas eletromagnéticas e se deslocam com a mesma velocidade). Tais pulsos são emitidos, por exemplo, por um objeto situado na constelação Monoceros, a cerca de 16 000 anos-luz da Terra. Trata-se de um pulsar binário, formado por duas estrelas altamente compactas, ou estrelas de nêutrons , que giram uma em torno da outra. A gravidade que liga as duas estrelas é tão forte que elas percorrem suas órbitas a 200 quilometros por segundo, ou 0,1% da velocidade da luz.A cada 59 milésimos de segundo uma das estrelas emite um sinal de extraordinária regularidade – como otique-taque de um relógio superacurado – que pode ser monitorado a partir da Terra. Ao girar em torno de seu companheiro, um pulsar as vezes se aproxima um pouco da terra e às vezes se afasta. Assim, pode-se ficar tentado a pensar que a velocidade dos pulsos é maior durante a aproximação do que durante o afastamento. Mas, se fosse assim, os pulsos mais rápidos alcançariam os mais lentos, ao longo dos 16 000 anos-luz de viagem até a terra. Bastaria uma minúscula diferença de velocidade para misturar os sinais de maneira complicada. Como nada disso acontece, essas observações contituem confirmação direta do principio relativístico de que a velocidade da luz é independente do movimento do observador ou da fonte de luz. E tem uma conseqüência imediata sobre a possibilidade de uma viagem mais rápida que a luz: obviamente, se a rapidez com que a luz passa não é afetada pelo movimento de uma pessoa, esta nunca poderá alcançar aquela. É interessante imaginar o que aconteceria se um foguete partisse da terra em perseguição a um raio luminoso. Quando se liga o motor, a nave acelera e sua velocidade começa a aumentar. À primeira vista, nada impede que o motor continue a acelerar o foguete até a velocidade se tornar maior que a da luz.
Como enviar mensagens ao passado
Mas há um impedimento. Um observador na terra veria a nave acelerar, inicialmente, mas depois de certo tempo perceberia que a aceleração não corresponderia ao esforço do motor. À medida que se aproximasse da velocidade da luz, seria preciso gastar mais e mais combustível para conseguir um aumento cada vez menor de velocidade. O observador observa esse fato como um contínuo aumento da massa da nave, que cresce sem limite ao se aproximar da velocidade máxima do universo. A massa extra torna o foguete mais resistente à aceleração, e nenhum acréscimo no impulso o faria atingir aquela velocidade.
Não há aparelho em condições de realizar tal teste, mas é possível acelerar partículas subatômicas a uma velocidade quase igual à da luz. E isso realmente mostra que não se pode acelerar um objetivo material além da barreira da luz. Mas, a Teoria da Relatividade não faz restrição a objetos que sejam sempre mais velozes que a luz. Daí a idéia dos táquions – partículas cuja velocidade nunca é inferior à da luz. Portanto, eles também obedecem ao limite de movimento, mas no sentido inverso ao usual.
Se os táquions existem, dever ter propriedades estranhas. As partículas comuns, por exemplo, têm mis energia quando se deslocam mais velozmente; os táquions, em vez disso, têm menos energia. De modo que, se um deles perder energia, será acelerado e se tiver energia zero, sua velocidade será infinita. Ele cruzará o Universo instantaneamente! Isso porque o conceito comum de massa não se aplica a essas partículas, que têm o que se chama de massa imaginária, no jargão técnico. Enquanto é preciso gastar energia, ou realizar trabalho, para acelerar massas comuns, deve-se realizar trabalho para desacelerar um objeto taquiônico.
O simples fato de a natureza permitir a existência dos táquions, no entanto, não significa que eles efetivamente existam. Resta saber se eles são reais ou mera hipótese. E, caso sejam reais, onde se deveria procurá-los? Uma possibilidade é o Big Bang, a grande explosão que deu origem ao Universo. Foi no Big Bang afinal, que se produziu toda a matéria comum. Talvez a tórrida fase primordial do Cosmo tenha deixado resíduos taquitônicos que se espalharam posteriormente pelo espaço. Os astrônomos estão convencidos de que o espaço contém muita matéria sob forma desconhecida; é intrigante a sugestão de que parte dela esteja em forma taquitônica.
Para testar essa possibilidade, é preciso saber como os táquions se comportam em um Universo em expansão. Um gás comum, por exemplo, torna-se mais frio quando se expande e isso significa que uma molécula qualquer do gás está em agitação caótica, mas aos poucos se aquieta. Na verdade, a expansão reduz sua energia: não é por outro motivo que o intenso calor do Big Bang se diluiu. Um gás de táquions também perde energia, mas deve-se ter em mente que isso acelera, em vez e aquietar tais partículas. Assim, tal gás se aquece a uma taxa crescente ao longo da expansão. Quando se chega à energia zero, a velocidade se tona infinita e as partículas deixam de existir abruptamente.
Esse súbito desaparecimento pode se melhor ilustrado em um diagrama de espaço-tempo, no qual uma partícula, ou uma pessoa, aparece como uma linha mais ou menos inclinada na direção vertical. Se a pessoa está parada, a linha é totalmente vertical, indicando que apenas o tempo passa – se a pessoa está em movimento, à linha se desloca também na horizontal, indicando mudanças e posição no eixo do espaço. Seguindo esse raciocínio, vê-se que, quanto maior a velocidade, maior é o avanço para a direita e maior a inclinação da linha. O limite é a velocidade da luz ( ou das partículas de luz, os fótons). Inclinada de 45 graus, essa linha corre a igual distância dos dois eixos.
Partículas mais rápidas que a luz, como os táquions, tem angulo mais acentuado que 45 graus e tendem a ficar horizontais quando a velocidade se aproxima do infinito. É como se estivesse simultaneamente em muitos lugares e o tempo não passasse para elas. Diz-se então que tais partículas deixam de existir no espaço-tempo e esse é o efeito que a expansão do Universo tem sobre elas: encurva suas linhas até a horizontal, quando deixam de existir. Caso tenha sido este o destino de todos os táquions produzidos pelo Big Bang, a maior esperança de encontrá-los é numa experiência de física de partículas. Em 1974 um grupo de pesquisadores da Universidade de Adelaide, Austrália, registrou o trajeto de uma partícula em tempo tão curto que só poderia ter sido feito em velocidade superior à da luz. A partícula foi vista em raios cósmicos – criados na alta atmosfera pelo choque de núcleos atômicos vindos do espaço. Apesar disso, todas as tentativas posteriores deram resultado negativo. Daí o atual ceticismo dos físicos, agravado por obstáculos de ordem teórica e também filosófica.
O centro das dificuldades é uma dedução da Teoria da Relatividade de que um objeto capaz de superar a velocidade da Liz também pode viajar para o passado. O diagrama de espaço-tempo ajuda a entender por quê. Desta vez, no entanto, é preciso desenhá-lo dói ponto de vista do observador que está em movimento, que se pode batizar de João. Vale à pena comparar esse diagrama com os anteriores, desenhados do ponto de vista do observador imóvel, batizado José. O primeiro ponto relevante é que a linha da luz não se altera em obediência ao preceito relativístico de que sua velocidade não muda se o observador está em movimento.
As outras linhas ficam mais inclinadas para a direita, mas o segundo ponto importante é que, ainda assim elas continuam limitadas pela linha da luz. As linhas de movimento mais vagaroso que o da luz ainda estão mais próximas do eixo do tempo, e aquelas de movimento mais rápido, mais próximas do eixo do espaço. Assim, o movimento relativo dos observadores não poderia transformar uma partícula comum em táquion. Mas nota-se algo estranho com as linhas deste último: a que é vista por José inclina-se para cima e a outra, para baixo. O problema e que o tempo corre ara cima no diagrama.
Tal possibilidade cai como uma bomba sobre a idéia de causa e efeito. Basta imaginar que essa ultima linha mostra o táquion entre um canhão de partículas e um alvo que explode ao ser atingido. Então, do ponto de vista de João, o alvo explode antes de o canhão ser disparado! Também se pode interpretar essa situação dizendo que a explosão do alvo é a causa do disparo – e não seu efeito. De uma maneira ou de outra, eventos que são aceitáveis para o observador imóvel, parecem bizarros aos olhos de que se move. Tais possibilidades inspiram paradoxos divertidos ou tormentos metafísicos, dependendo da inclinação pessoal de cada um.
Num enredo possível, os personagens trocam enganosos sinais taquiônicos entre si. Nesse caos, não há nada demais do ponto de vista de quem envia a primeira mensagem. José por exemplo, pensará que João recebe o sinal depois de ser enviado. Mas João pode não concordar: se ele retrucar à mensagem recebida, a resposta pode chegar ao destinatário antes de este enviar o sinal original. Ou seja, por intermédio, de João, José Poe até mandar um recado para si mesmo – mas no passado. Que atitude se deve tomar diante de tais incongruências? Os escritores de ficção científica ficam deliciados.
Para muitos dos físicos profissionais, porém, os paradoxos do tempo impugnam por completo o conceito de táquions. Uma maneira de evitar dilemas seria isolar tais partículas do mundo convencional. Desde que não se procure agir ou exercer controle sobre elas, não há por que pensar em paradoxos. Uma conclusão, pelo menos, parece certa? Embora conduza a possibilidades difíceis de compreender, a existência os táquions não viola as leis da natureza. Então, talvez se possa invocar a seu favor uma curiosa regra informal da ciência: se algo não é estritamente proibido, a natureza tende a produzi-lo, de uma forma ou de outra. Não deve causar surpresa se um dia alguém surgir com evidencias desse estranho viajante do espaço-tempo.
“A primeira e única pista dos táquions surgiu erm 1794 numa chuva de raios cósmicos”
Como enviar mensagens ao passado
Mas há um impedimento. Um observador na terra veria a nave acelerar, inicialmente, mas depois de certo tempo perceberia que a aceleração não corresponderia ao esforço do motor. À medida que se aproximasse da velocidade da luz, seria preciso gastar mais e mais combustível para conseguir um aumento cada vez menor de velocidade. O observador observa esse fato como um contínuo aumento da massa da nave, que cresce sem limite ao se aproximar da velocidade máxima do universo. A massa extra torna o foguete mais resistente à aceleração, e nenhum acréscimo no impulso o faria atingir aquela velocidade.
Não há aparelho em condições de realizar tal teste, mas é possível acelerar partículas subatômicas a uma velocidade quase igual à da luz. E isso realmente mostra que não se pode acelerar um objetivo material além da barreira da luz. Mas, a Teoria da Relatividade não faz restrição a objetos que sejam sempre mais velozes que a luz. Daí a idéia dos táquions – partículas cuja velocidade nunca é inferior à da luz. Portanto, eles também obedecem ao limite de movimento, mas no sentido inverso ao usual.
Se os táquions existem, dever ter propriedades estranhas. As partículas comuns, por exemplo, têm mis energia quando se deslocam mais velozmente; os táquions, em vez disso, têm menos energia. De modo que, se um deles perder energia, será acelerado e se tiver energia zero, sua velocidade será infinita. Ele cruzará o Universo instantaneamente! Isso porque o conceito comum de massa não se aplica a essas partículas, que têm o que se chama de massa imaginária, no jargão técnico. Enquanto é preciso gastar energia, ou realizar trabalho, para acelerar massas comuns, deve-se realizar trabalho para desacelerar um objeto taquiônico.
O simples fato de a natureza permitir a existência dos táquions, no entanto, não significa que eles efetivamente existam. Resta saber se eles são reais ou mera hipótese. E, caso sejam reais, onde se deveria procurá-los? Uma possibilidade é o Big Bang, a grande explosão que deu origem ao Universo. Foi no Big Bang afinal, que se produziu toda a matéria comum. Talvez a tórrida fase primordial do Cosmo tenha deixado resíduos taquitônicos que se espalharam posteriormente pelo espaço. Os astrônomos estão convencidos de que o espaço contém muita matéria sob forma desconhecida; é intrigante a sugestão de que parte dela esteja em forma taquitônica.
Para testar essa possibilidade, é preciso saber como os táquions se comportam em um Universo em expansão. Um gás comum, por exemplo, torna-se mais frio quando se expande e isso significa que uma molécula qualquer do gás está em agitação caótica, mas aos poucos se aquieta. Na verdade, a expansão reduz sua energia: não é por outro motivo que o intenso calor do Big Bang se diluiu. Um gás de táquions também perde energia, mas deve-se ter em mente que isso acelera, em vez e aquietar tais partículas. Assim, tal gás se aquece a uma taxa crescente ao longo da expansão. Quando se chega à energia zero, a velocidade se tona infinita e as partículas deixam de existir abruptamente.
Esse súbito desaparecimento pode se melhor ilustrado em um diagrama de espaço-tempo, no qual uma partícula, ou uma pessoa, aparece como uma linha mais ou menos inclinada na direção vertical. Se a pessoa está parada, a linha é totalmente vertical, indicando que apenas o tempo passa – se a pessoa está em movimento, à linha se desloca também na horizontal, indicando mudanças e posição no eixo do espaço. Seguindo esse raciocínio, vê-se que, quanto maior a velocidade, maior é o avanço para a direita e maior a inclinação da linha. O limite é a velocidade da luz ( ou das partículas de luz, os fótons). Inclinada de 45 graus, essa linha corre a igual distância dos dois eixos.
Partículas mais rápidas que a luz, como os táquions, tem angulo mais acentuado que 45 graus e tendem a ficar horizontais quando a velocidade se aproxima do infinito. É como se estivesse simultaneamente em muitos lugares e o tempo não passasse para elas. Diz-se então que tais partículas deixam de existir no espaço-tempo e esse é o efeito que a expansão do Universo tem sobre elas: encurva suas linhas até a horizontal, quando deixam de existir. Caso tenha sido este o destino de todos os táquions produzidos pelo Big Bang, a maior esperança de encontrá-los é numa experiência de física de partículas. Em 1974 um grupo de pesquisadores da Universidade de Adelaide, Austrália, registrou o trajeto de uma partícula em tempo tão curto que só poderia ter sido feito em velocidade superior à da luz. A partícula foi vista em raios cósmicos – criados na alta atmosfera pelo choque de núcleos atômicos vindos do espaço. Apesar disso, todas as tentativas posteriores deram resultado negativo. Daí o atual ceticismo dos físicos, agravado por obstáculos de ordem teórica e também filosófica.
O centro das dificuldades é uma dedução da Teoria da Relatividade de que um objeto capaz de superar a velocidade da Liz também pode viajar para o passado. O diagrama de espaço-tempo ajuda a entender por quê. Desta vez, no entanto, é preciso desenhá-lo dói ponto de vista do observador que está em movimento, que se pode batizar de João. Vale à pena comparar esse diagrama com os anteriores, desenhados do ponto de vista do observador imóvel, batizado José. O primeiro ponto relevante é que a linha da luz não se altera em obediência ao preceito relativístico de que sua velocidade não muda se o observador está em movimento.
As outras linhas ficam mais inclinadas para a direita, mas o segundo ponto importante é que, ainda assim elas continuam limitadas pela linha da luz. As linhas de movimento mais vagaroso que o da luz ainda estão mais próximas do eixo do tempo, e aquelas de movimento mais rápido, mais próximas do eixo do espaço. Assim, o movimento relativo dos observadores não poderia transformar uma partícula comum em táquion. Mas nota-se algo estranho com as linhas deste último: a que é vista por José inclina-se para cima e a outra, para baixo. O problema e que o tempo corre ara cima no diagrama.
Tal possibilidade cai como uma bomba sobre a idéia de causa e efeito. Basta imaginar que essa ultima linha mostra o táquion entre um canhão de partículas e um alvo que explode ao ser atingido. Então, do ponto de vista de João, o alvo explode antes de o canhão ser disparado! Também se pode interpretar essa situação dizendo que a explosão do alvo é a causa do disparo – e não seu efeito. De uma maneira ou de outra, eventos que são aceitáveis para o observador imóvel, parecem bizarros aos olhos de que se move. Tais possibilidades inspiram paradoxos divertidos ou tormentos metafísicos, dependendo da inclinação pessoal de cada um.
Num enredo possível, os personagens trocam enganosos sinais taquiônicos entre si. Nesse caos, não há nada demais do ponto de vista de quem envia a primeira mensagem. José por exemplo, pensará que João recebe o sinal depois de ser enviado. Mas João pode não concordar: se ele retrucar à mensagem recebida, a resposta pode chegar ao destinatário antes de este enviar o sinal original. Ou seja, por intermédio, de João, José Poe até mandar um recado para si mesmo – mas no passado. Que atitude se deve tomar diante de tais incongruências? Os escritores de ficção científica ficam deliciados.
Para muitos dos físicos profissionais, porém, os paradoxos do tempo impugnam por completo o conceito de táquions. Uma maneira de evitar dilemas seria isolar tais partículas do mundo convencional. Desde que não se procure agir ou exercer controle sobre elas, não há por que pensar em paradoxos. Uma conclusão, pelo menos, parece certa? Embora conduza a possibilidades difíceis de compreender, a existência os táquions não viola as leis da natureza. Então, talvez se possa invocar a seu favor uma curiosa regra informal da ciência: se algo não é estritamente proibido, a natureza tende a produzi-lo, de uma forma ou de outra. Não deve causar surpresa se um dia alguém surgir com evidencias desse estranho viajante do espaço-tempo.
“A primeira e única pista dos táquions surgiu erm 1794 numa chuva de raios cósmicos”
PARTÍCULAS-FANTASMA
Um grupo de
cientistas europeus chamou uma coletiva de imprensa para divulgar um fato que
poderia revolucionar a física: eles descobriram, no instituto de pesquisa CERN,
localizado perto de Genebra, na Suíça, que neutrinos injetados em um receptor
em Gran Sasso, na Itália, haviam chegado em média a 60 nanossegundos mais
rápido do que a velocidade da luz teria feito.
A descoberta dessas
partículas sub-atômicas, que já estão sendo chamadas de “partículas-fantasma”,
pode gerar uma ampla reavaliação das teorias sobre a composição do cosmos.
Segundo o físico Jeff
Forshaw, professor da Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha, a
descoberta, se confirmada, poderia significar que é possível teoricamente
"enviar informações para o passado".
"A velocidade da
luz é uma velocidade cósmica limite e existe para proteger a lei de causa e
efeito, se algo viaja mais rápido do que a velocidade cósmica limite, então se
torna possível enviar informações para o passado, em outras palavras, a viagem
para o passado poderia se tornar possível. No entanto, isso não significa que
estaremos construindo máquinas do tempo em algum momento próximo. Existe um
grande abismo entre a viagem no tempo de um neutrino e a viagem no tempo de um
ser humano”, afirmou o cientista.
Ainda parece
prematuro afirmar que essas partículas-fantasma realmente existem. Testes mais
elaborados devem ser feitos para garantir a exatidão dessas medições.
A existência dessas
partículas também jogaria por terra a Teoria da Relatividade Especial de
Einstein, pela qual nada pode viajar mais rápido do que a luz, ou seja, nada
seria mais rápido que 300 mil quilômetros por segundo porque sua massa se
tornaria impossivelmente infinita.
Alguns físicos ainda
permanecem céticos em relação à descoberta das chamadas partículas-fantasma,
que poderiam viajar mais rápido que a luz.
Pensamentos
Eu ainda não sei ao
certo mas acho que as partículas-fantasmas são as partículas de táquions.
O que pode comprovar
isso é que em teoria as partículas de táquions são mais rápidas que a luz e as
partículas-fantasmas fazem essa mesma proeza
Mas a diferença e que
ambas foram descobertas pela primeira vez em épocas diferentes as particulas de
tánquions apareceram uma única vez em 1794 e depois não ouve mais relatos. E as
partículas-fantasmas foram descobertas em setebro de 2012. Mas nada e impossível
eu acho que as partículas de tánquions tenha aparecido em 2012 e então como não
sabiam que elas existiam eles decidiram chamar de
partículas- fantasmas.
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